Sunday, November 08, 2020

Areia

 


Apenas mais uma cadeira vazia, numa imensidão de areia que um dia grudou em nossos corpos. Vazio, ficou tudo vazio, quando te deixei ir.

Alguns momentos cheguei a acreditar que esse dia chegava, mas ele se foi com você. O sol cobriu-se de cinza e eu voltei onde estava.

Porém, nunca igual, experimentar esse sentimento, machuca. Me aperta, como grãos de areia me escapando das mãos.

O mesmo vento que te trouxe na chuva, hoje te levou e deixa um prenuncio... Será que vais chover?

Assim como eu, a previsão nunca acerta.

Transbordo sentimento, e por um momento chego a acreditar que o sol vai brilhar novamente. Esperar, esperar, esperar.

Digo para o meu coração para se acalmar. Mas meu corpo treme e minha alma teme.

Toda calejada, só me resta levantar, sacodir essa areia e me entregar num banho frio,

Onde não mais tremerei em seus braços, não mais me enroscarei nesses laços.

Pretendo um dia acordar e não mais ter esse sentimento. Por que eu sei que passa! Os dias, a distância, a falta de palavras e até mesmo “las miradas”.

Vão olhar outros olhos, vão abraçar outros corpos, vão deixar pegadas em outras praias.

Enquanto houver ar, enquanto houver chuva, enquanto o sol brilhar, e que cada grão de areia seja testemunha, eu vou me jogar, mergulhar nesse mar, sentir cada cantinho do meu corpo molhar, até a cabeça.

Mas o medo vale a pena, porque sempre terá o sol pra secar o corpo e o sal pra lavar a alma.

E o tempo “to mend my heart”.

I’ll miss you!

Tuesday, May 28, 2019


Se não bastasse só sentir saudade,
Eu ainda sinto minha voz tremer, quando conto de nós dois
Ao mesmo tempo, a lembrança se esvaece no horizonte.
Ainda meu dá um nó na garganta, quando ouço uma música que me lembra você.
Eu sempre finalizo todo pensamento com um sorriso.
É só o que me restou, um sorriso no rosto.
E um retrato de um dia feliz.

Será que irei esquecer seu rosto?
Já que ele não existe mais.
Será que irei esquecer sua risada?
Já que não posso mais ouvi-la?

Será que você voltará pra me abraçar num sonho,
E me confortar um pouco da falta que você me fez.
Será que vou entender, que agora é hora de deixar você ir?
Será que eu posso seguir? Sem chorar, sem sentir saudade!

Será que eu vou sentir de novo o que você  despertou em mim?
Tento te deixar ir, todo dia.
Tento me permitir, a cada amanhecer.
Tento não lembrar e nunca esquecer.
Não há como. Tudo que ficou calado grita dentro de mim

Seguro essas lágrimas que ainda insistem em cair.
Já não escondo mais nada, esta tudo tatuado em mim.
Não respondo mais nenhuma pergunta.
Não me assusta mais a cara das pessoas quando falo de nós.

Eu sei o que eu vivi.
Eu lembro do que vi.
E só eu senti o que eu senti.

Nada no mundo vai tirar isso de mim.
Nada nessa vida vai mudar o que passou.
Teu ultimo sonho foi o meu.
Agora preciso acordar, porque você não esta mais aqui pra me fazer sonhar!

Wednesday, November 02, 2016

A saudade dói e meu peito dói... Todo dia dói, a falta de ter você aqui. Dói, e só dói, mais q dor normal, mais que dor fatal.
Ah como dói, só sufoco a dor, neste peito meu, por lembrar que um dia... Pertenceu ao seu!

Tuesday, December 09, 2014

Eu precisava começar, de um começo que não teve fim. Fiquei ensaiando tanto tempo e minha cabeça foi longe mas nunca saiu do lugar.
Sentia saudades e raiva, sentia felicidade e arrependimento. Como perdida num meio, num meio sem fim... só começos, começos do que nunca começou.
E assim passaram-se os dias, assim foram anos a fio. Assim serão meus dias, rabiscos num papel que nunca foram pra lugar nenhum.
É tanto amor esganado, é tanta dor, tanta dor... que dói, apenas sobreviver não é o bastante. Onde estão as coisas importantes que sonhei pra mim. Escrevi tantos livros que nunca saíram da minha cabeça, vivi tanta coisa sem sair do lugar. E sofro todo dia... Porque sei que não sei como sair daqui. Como recomeçar, ou terminar o que nunca comecei. Como ser quem eu fui, como saber quem serei, como todo dia morrer na beira da praia estando a quilômetros da costa.
Eu penso em perdão, eu penso em perdoar... mas há mais mágoa pra afogar. Há tanto pra esquecer o que vem toda manhã me cobrar.
Sou eu me abraçando no meio do nada, juntando cada sonho bom que ficou perdido em algum amanhecer. Tanta informação , para nada de útil eu colher.
Será que meu sonho vive no sonho de alguém? Será que me tornei o que um dia pensei? Será que esqueci e só lembro do que me faz mal?
Perdendo... eu vivo perdendo. Buscando eu vivo buscando, mas nem mesmo sei o que quero encontrar no fim. No fim que não sei onde comecei. Existe esperança? Existe tempo? Já que perder tempo só depende do valor que dei a este tempo todo. Esperando de novo um outro amanhecer.
Mas em qual dia então eu terei certeza que alcancei o que sempre sonhei?
Sigo respirando... as vezes ofegante eu sei. Correndo em círculos talvez? Tento mastigar a calma, engolir a paz, suspirar a alegria... e expiro tristeza, olhando pra um horizonte que já nem sei mais pra que lado fica.
Sentido na vida... continuo procurando e assim os dias vão passando, e o que estou fazendo para agarra-los nas mãos. Uma luta constante... tão grande que já nem sei porque luto, contra o que ou pra que luto. Mas há vida em mim, todo dia há vida.
Construí minha prisão de ilusões e agora não tenho mais como serrar essas barras. Porém, o ar que me mantém viva, ultrapassa tudo isso. É por isso que eu sigo, sem saber pra onde vou!


Friday, November 08, 2013




Noite cinza e fria. Nada diferente de uma noite de Julho qualquer. Não fosse o frio que invade a sala, e que há tempos invadiu meu coração.
Faço canções para a lua escondida nas memórias do verão. Das memórias que tenho da paixão, hoje ela anda sem rosto, sem nome, sem forma... Vive escondida em mim que decidida em me esconder, acabo por me esquecer.  Choro uma tristeza calada em risadas fingidas, em noites mal dormidas... Encarando o teto escuro que se torna tela cheia de memórias. Sonhos não vividos, amores esquecidos.
Penso num começo e me sinto perto do fim, encarando um abismo, só sombras, do que um dia eu fui.
Tento tanto achar um pingo de sentimento bom, uma ultima borboleta que habite meu estômago, que hoje é meu inimigo. E me trai como muito já fui traída... Por mim mesma.
Essa roda da fortuna me tonteia, me tira da realidade e me põe de volta nela, girando, girando e girando sem fim.
Girar é brincadeira de criança, e até a criança que vive em mim é chata, sofre bulling todo dia... Chora em desespero em busca de uma mãe que nunca teve. Eu abandonei-a a tanto tempo, quando resolvi abandonar a mim.
Fico convencendo-me de que tudo é bom, e é exatamente o que sonhei. Mas meu sonho é apenas reflexo do que esqueci. E vem me cobrar... Acabando em pesadelo.
Nada é exatamente bom, e quando é , é tão efêmero que quando passa, deixa tudo amargo. Distraio com televisão, uma bela canção... Que queria ter cantado, queria ter dançado. Queria ter dito “eu te amo” e queria muito mais ter eu escutado, alguém me amar assim. Como eu amei sem fim. E hoje, tudo é cinza, nem perto de cinquenta tons, nem passo perto de um batom pra colocar cor na cara.
Vejo rugas no espelho, vejo em mim quem não sou, quem não sei quem sou e nem sei quem quero ser. E toda aquela gente sem graça, se declarando feliz. Dá uma ponta de inveja, dá uma azia estranha... De novo meu estomago, de novo eu dentro de mim. Digerindo tudo que engoli ansiando o que não comi.
Tentando achar sentido, tentando encontrar o sono... E tudo que vejo é essa tela imensa que criei no meu teto. Passando um filme que nunca renderia bilheteria, mas que me custa muito exibi-lo.
Olho pro lado e sinto frio, queria um abraço... Me resta terminar esse filme, de um único espectador.
Eu, no meio das cinzas da minha dor.


Wednesday, June 15, 2011







Tudo parece estar no lugar, menos eu! Tudo parecer passar menos o que sinto. Tudo de novo, e acaba nem mais sendo novidade, quando tenho carência de novidades.
Vou escrevendo minha história , feita de memórias e fantasias. Mas nem tudo muda, nem tudo melhora... É apenas uma repetição constante da minha insatisfação de ser quem sou. Quando quero desisto, quando tenho também. E continuo buscando, não sei o que, nem pra que, nem quem, tudo fica entulhado, no pedaço que decidi fazer meu mundo.
Sempre eu, sempre meu, sempre só. Não sei mais ser dois, não sei mais sentir dó, nem de mim.. De tão vítima, virei comédia. E toda terça acaba virando quarta.
Espero dividir, o que nem dou pra mim, grito no meio do silêncio sem fim que habita essa casa vazia, tão cheia de lembranças, antes faziam chorar, hoje fazem rir. Dizem que “rir de tudo é desespero” por isso dou risada disso tudo. É o que eu quero, é o que me resta, rir até doer a barriga. Dessa história batida de não conseguir, dessa pressa louca que me envelheceu, mas não me amadureceu.
Um roteiro conhecido, quando tento fazer de mim dona da minha própria história. Só memória, só delírio... E num último suspiro a esperança. Esperança que tenho sem nem mesmo ter aprendido a esperar. E não me conformo em aceitar ser um ser conformado, com estes dias da semana e tudo sempre igual.
Para que querer diferença, parece ser doença querer tudo sempre igual, querer cada dia diferente, mas acaba sendo a mesma coisa, essa fome de novidade, essa mania de esconder a idade, esse jeito de mentir pra mim, achando que estou enganado quem?
Esse meu dom, de ser assim, e mesmo assim ser feliz, e se não sou apenas rir, pois ainda quero que alguém acredite, que queira também simplesmente adormecer em paz, sem dormir só porque anoiteceu.
E a cada amanhecer a mesma pergunta... O que foi que aconteceu? Onde foi que me perdi de mim? Onde foi que começar a acreditar seria o começo do meu fim. Mas não acaba... Tudo apenas continua!

Friday, October 01, 2010

Saudades e Solidão


Saudades e solidão, palavras que andam juntas... que vem junto com a chuva, as vezes, com lágrimas. Mas elas também trazem perguntas, e algumas respostas.
Fazem pensar realmente, pensar em coisas que só pensamos quando sós, e se estamos sós, sentimos saudades, não de alguém especificamente, mas sentir saudades é remeter-se ao passado, tentando sentir emoções que um dia foram tão boas.
No meio dessa busca remota em meio a minha memória, não lembro de ninguém à quem queira telefonar, ou abraçar, ou arrepender-me. Lembro de mim, dos caminhos tortos e longos por onde andei. De todo amor que desperdicei, tentando encontrar-me. Tanta culpa injusta que coloquei naqueles que não corresponderam às minhas expectativas, tantas tentativas frustradas que tive, apostando nos outros algo que só poderia encontrar em mim.
Tanto tempo, tanta lágrima, até dinheiro jogado no espaço, esperando as respostas chegarem com o vento, mas elas sempre estiveram aqui, em meu peito, esperando para serem reveladas nestes exatos momentos de solidão.
Talvez, a solidão antes, me deixava cega, tonta de saudades e esperança. Tão perdida em tantos alguém, que fez com que me perdesse de mim.
Sem saber que quem perdia, era quem não vinha, quem não telefonava, quem não voltava, quem não amava. Não eu, eu não perdi por esperar, por amar, por telefonar e ir, ir com cada impulso que sentia, cada passo que meus pés me levavam. Hoje só estando só para perceber, o quanto eu ganhei em ficar só, em quanto eu cresci na solidão. Onde nenhuma opinião me desvirtua, nenhum beijo me distraí, nenhuma idéia alheia me lubridia.
Só eu, meu passado, minhas lembranças e minha solidão. Esqueci de lembrar quanta coisa boa eu fiz só. Quantas paisagens, viagens e idéias boas minhas, foram acompanhadas da minha solidão. Hoje sou grata pelo silêncio das vozes que calam, pois assim ouço mais meu pensamento, vivo em cada vão momento a delícia de saber quem sou, e de tudo que conquistei só, sem pesar, sem pena de mim, apenas uma alegria contagiante de saber que sendo eu, estarei pronta pra ser mais.
Aprendi o prazer e o dom da solidão, para que encará-la como triste, se as melhores coisas da vida, vem acompanhado de nós e de nossos melhores pensamentos, sozinha tenho minhas melhores noites de sono, faço as melhores refeições, ouço as melhores canções, choro emotivamente em filmes românticos, tenho até os melhores orgasmos. Guardo segredos comigo e encaro o espelho na minha melhor imagem e semelhança.
Tudo que se assemelha a mim encontrei na solidão. Sei que amanhã ao acordar, o dia tirará de mim o prazer imenso de minha companhia, mas estarei melhor para compartilhar quem sou com quem seja. Já não vivo a esperar, vivo a desfrutar de cada minuto de silêncio em que só ouço minha voz interior. Eu só eu, meu pensamento, minha respiração e minhas lembranças. Podem levar tudo que me rodeia, mas enquanto estiver viva ninguém me tirará de dentro de mim. Ninguém desfrutará do prazer imenso, de ser quem sou.

Tuesday, March 30, 2010

Insonia

Quase duas da manhã de segunda feira, não consigo dormir, mesmo depois de 3 noites mal dormidas. Minha cabeça voa e meu corpo ferve. Fico tentando afastar tais idéias que me assombram, mas quanto mais eu tento, mais eu sigo sem resposta.
Sinto um aperto no estomago que parece ser fome, mas também não consigo comer.
No fundo é verdade, a gente não para de pensar, só muda de pensamento. E ultimamente os meus me tiram o sono. Agarro-me no que quero acreditar, fecho os olhos e vejo certos olhos me seguindo. Prendo-me à poucas lembranças e viajo nas fantasias que me tiram o sono. Sim, as ruas não mudam, só os nomes. E tudo volta a ser um museu de grandes novidades. Fecho os olhos e vejo um oceano, entre o que quero e o que tenho, mas não desisto. Não vou morrer na praia. Tento entender o que meu corpo quer dizer quando não responde minha cabeça. No fundo sei, mas não quero admitir, depois de tudo, tenho medo e não quero assumir. Tenho um desejo que preciso enclausurar. Prender numa cela escura, no fundo do meu pensamento... Estes mesmos que não me deixam dormir. Esse mesmo que me tira o sono, divide o sonho, mas não se concretisa.
Ainda não sei se consiguirei dormir, nem se me livrarei desta sisma tonta que me embriaga, essa curiosidade longa, essa falta de paciência quando eu mais preciso dela. Dormir ajudaria a fazer passar o dia, mas essa febre que só arde dentro, não me deixa dormir. Como não querer jogar, se me delício com cada minuto de espera, com cada dia de incerteza. Esperando poder encontrar, receber as surpresas do destino, procurando rostos na rua. Sonhando acordada. Tão perto, tão longe, tão sem resposta, tão perturbador. Sigo sem entender, o que realmente me tira o sono, hora o medo, hora o desejo... Espero que o último prevaleça e me faça acordar do sonho, numa realidade boa, eu e você.

Saturday, November 28, 2009

Mundo Mundano



Nesse mundo redondo, encontro-me num canto, encontrando os becos das voltas que ele dá.
Continuo não querendo esperar, mas esperando é que começo a encontrar as respostas pras coisas que quis perguntar, só que estas respostas me trazem mais perguntas, na imensa insatisfação do meu ser inconstante.
Fugir não adianta, nem tentar acelerar a correnteza do rio, pois no fim, sei que acabo na curva, vendo a água passar. No fim, nunca sei do fim, nunca sei do amanhã, por mais que eu fantasie, os dias trazem pra mim essas surpresas mil.
Não sei o que fazer com elas, mas não saberia viver sem elas, repito meus erros, não os mesmos erros, apenas os mesmos desesperos, de uma alma vazia, num corpo que treme de paixão. Paixão pela vida, paixão por apaixonar-se.
Qualquer sorriso é o céu, qualquer desprezo é o fel. E sou eu, assim, tão cheia de mim, que vou por esse mundo a fora, parada no mesmo lugar.
Desprendida de vergonha, despida de sentido, desesperada por novidade, não há nada que me faça mudar, nem auto-ajuda, nem tarja preta, nem terapia, nem clausura, nem ninguém.
Sim, sou eu, aqui, de novo, no canto do mundo, vendo ele rodar, vendo a água passar, rindo de tudo, de tudo que a vida me faz passar, não há pra que julgar, não há o que ou pra que, ou quem julgar. Tudo termina em interrogação.
A cabeça dói e no corpo hematomas, mas nem por isso a chuva vai parar de cair, nem por isso o sol vai parar de nascer, nem por isso eu irei desistir. Desistir do que? Se nem mesmo sei o que quero, nem sei por que desespero. Só sei que o drama é meu alimento, e o romance meu tormento, a fantasia minha alegria, e assim vou vivendo, capotando nas curvas das voltas que o mundo dá, mas não quero que nada o faça parar. Quero ir, quero ir, pra lá e pra cá, as vezes aqui neste canto, as vezes num reencontro, as vezes, sempre ou nunca, mas nunca desisto!