Areia
Apenas mais
uma cadeira vazia, numa imensidão de areia que um dia grudou em nossos corpos.
Vazio, ficou tudo vazio, quando te deixei ir.
Alguns
momentos cheguei a acreditar que esse dia chegava, mas ele se foi com você. O
sol cobriu-se de cinza e eu voltei onde estava.
Porém,
nunca igual, experimentar esse sentimento, machuca. Me aperta, como grãos de
areia me escapando das mãos.
O mesmo
vento que te trouxe na chuva, hoje te levou e deixa um prenuncio... Será que
vais chover?
Assim como
eu, a previsão nunca acerta.
Transbordo
sentimento, e por um momento chego a acreditar que o sol vai brilhar novamente.
Esperar, esperar, esperar.
Digo para o
meu coração para se acalmar. Mas meu corpo treme e minha alma teme.
Toda
calejada, só me resta levantar, sacodir essa areia e me entregar num banho
frio,
Onde não
mais tremerei em seus braços, não mais me enroscarei nesses laços.
Pretendo um
dia acordar e não mais ter esse sentimento. Por que eu sei que passa! Os dias,
a distância, a falta de palavras e até mesmo “las miradas”.
Vão olhar
outros olhos, vão abraçar outros corpos, vão deixar pegadas em outras praias.
Enquanto
houver ar, enquanto houver chuva, enquanto o sol brilhar, e que cada grão de
areia seja testemunha, eu vou me jogar, mergulhar nesse mar, sentir cada
cantinho do meu corpo molhar, até a cabeça.
Mas o medo
vale a pena, porque sempre terá o sol pra secar o corpo e o sal pra lavar a
alma.
E o tempo “to mend my heart”.
I’ll miss you!